França apresenta nova proposta para indicar progresso econômico
http://ef.amazonia.org.br/index.cfm?fuseaction=noticia&id=327833
Um novo índice, que incorpora questões de bem-estar social aos indicadores de crescimento econômico, foi defendido ontem (14 set. 2009) pela França para ser o substituto do Produto Interno Bruto (
PIB).
Segundo o presidente da França Nicolas Sarkozy, a Insee - a agência francesa de estatísticas - vai tomar providências para incorporar os novos indicadores em suas estatísticas. Além disso, o presidente propôs que "todas as organizações internacionais modifiquem suas estatísticas", a começar pelos países europeus. O relatório que possui propostas para novos índices de mensuração de bem-estar foi entregue ao Sarkozy ontem pelo economista e premio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.
Para o presidente francês, que criou a Comissão Stiglitz no ano passado, o mundo está preso em um "culto de números" [cult of figures]. Segundo Sarkozy, as estatísticas atuais mostram um crescimento econômico cada vez mais forte, mas esse crescimento põe "em perigo o futuro do planeta, destrói mais do que cria".
Para Peter May, diretor adjunto da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira e colaborador docente da Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal Fluminense (PGCA/UFF), apesar das propostas da Comissão Stiglitz sugerirem ajustes associados ao bem estar que mudariam alguns cálculos como aquele referido no artigo - da eficácia no tratamento de saúde - as contas preferidas pelo Sarkozy podem não incluir alguns fatores ambientais.
"Embora a França orgulhe-se de ter emissões per capita bem menores que de outros países do ocidente (em torno de 6,2 kg/capita/ano versus 18,9 para os EUA, por exemplo), ela obteve este resultado pela utilização maciça de energia nuclear na matriz energética nacional. Certamente uma mudança no critério
PIB per capita como base para medir o bem estar é mais do que necessário. Mas há que se admitir que chegar a critérios que agradem a todos não será fácil. Qualquer índice único tende e ofuscar aspectos importantes, e até o momento, um indicador de bem-estar que inclui uma medida de sustentabilidade ambiental tem ficado longe do alcance dos economistas", disse ele.
Comissão Stiglitz
A Comissão sobre a mensuração do desempenho econômico e do progresso social (CMDEPS), mais conhecida como Comissão Stiglitz, surgiu para formular um novo indicador que viria a substituir o Produto Interno Bruto (
PIB) como instrumento de medição e avaliar o desenvolvimento dos países considerando também questões sociais e ambientais. Para ela, é cada vez mais forte a idéia de que o
PIB apresenta diversas falhas em suas aferições.
Criado na década de 1950, o
PIB nunca passou por uma revisão e limita-se à medição das atividades que envolvem dinheiro. Além disso, não faz distinção entre os diversos tipos de produção e não considera se estes são benéficos ou não para a população. O indicador, usado atualmente por 185 países que fazem parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma fórmula que só contém adição, nada é subtraído. Por exemplo, mesmo se uma atividade produtiva polui, o custo de despoluição é adicionado ao
PIB e não subtraído.
Os especialistas duvidam que seja possível chegar a um indicador que revele simultaneamente o grau de sustentabilidade do processo socioeconômico e o grau de qualidade de vida que dele decorre.
Relatório
Assim, a comissão se dividiu em três equipes distintas, cada uma responsável por um aspecto: questões clássicas do
PIB, qualidade de vida e sustentabilidade. Em junho deste ano foi apresentada a primeira versão do relatório de trabalho da CMDEPS, igualmente dividida em três partes e que não tem a pretensão de desenvolver um novo indicador.
Dentre as sugestões apresentadas pela equipe estão: usar outros indicadores além do
PIB nas contas nacionais; verificar o desempenho de setores básicos como saúde e educação; considerar atividades domésticas e levar em conta o padrão de vida das pessoas; acrescentar informações sobre distribuição de riqueza e renda e incluir atividades fora do mercado.
O relatório propõe ainda a avaliação líquida das atividades econômicas, para que as extrações de recursos naturais, os impactos ambientais gerados pela produção ou a utilização de estoques sejam levadas em conta. Além disso, seria mais importante considerar a renda nacional do que o produto interno.
Serviços não-monetários prestados pelo governo como saúde, educação, segurança, transporte, habitação e atividades desportivas devem ser avaliados como investimentos e não como gastos. O relatório aponta outro erro metodológico: avaliar apenas as médias nacionais. Seria necessário considerar as medianas para contemplar a distribuição de renda entre os cidadãos.
No segundo capítulo, são apresentados os critérios que definiriam a qualidade de vida dos habitantes de um país: saúde; educação;
condições de trabalho e vida (entre elas, lazer, deslocamento, atividades domésticas e condições de moradia); influência política e governança; conexões sociais (convívio); condições ambientais; insegurança pessoal (criminalidade, acidentes, desastres naturais) e insegurança econômica (desemprego, seguro-saúde, aposentadoria, pensões).
Destaque aqui para o fato de que o meio ambiente entra como um dos pontos que garante bem estar e qualidade de vida para os habitantes de um país. A questão também está no foco do terceiro capítulo, que trata especificamente da sustentabilidade. Nele se discutem os indicadores de poupança genuína e as pegadas ecológicas, que medem a pressão sofrida pelos recursos naturais por meio de consumo, degradação e falta de investimentos.
veja o relatório na íntegra, versão em inglês:
http://www.amazonia.org.br/arquivos/327851.pdf
Palavras-chave:
desempenho de modelos em negócios,
indicadores de desenvolvimento sustentável,
certificação de capital simbólico,
desenvolvimento institucional sustentável,
serviços de saúde,
influência política,
progresso econômico, impactos ambientais,
articulação social,
mercados dinâmicos,
Eco-Finanças?
Keywords:
innovation in cities
Brasil:
GetGC 2010
Resultados:
pequenas e médias empresas em conhecimento
Mesmo finalizada, obra em área de proteção enseja reparação, 15 de janeiro de 2014. Disponível em <
http://ef.amazonia.org.br/2014/01/mesmo-finalizada-obra-em-area-de-protecao-enseja-reparacao/ >. Acesso em 24 fev. 2014.
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22pequenas+e+m%C3%A9dias+empresas%22+%22em+conhecimento%22+BNDES+Sebrae+%22bem-estar+social%22+%22no+mercado%22&btnG=Pesquisar
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GregorioIvanoff - 17 Sep 2009