Observação: O texto a seguir é um extrato de PEREIRA, Yára Christina Cesário. Problemática ambiental:
novos cenários educacionais - A compreensão do
ser em sua inteireza e o
conhecimento da integração. Disponível em <
http://web.archive.org/web/20100815022249/http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev21/yara.htm >. Acesso em 15 jan. 2013.
Morin em os "Os sete saberes necessários para a educação do futuro"(2000) apresenta a idéia de que existem "sete vazios" profundos, sete temas fundamentais que são ignorados, ocultados ou desintegrados em fragmentos e que deveriam ser analisados antes de apresentar propostas para um sistema educativo.
O primeiro vazio, é o conhecimento: Todo conhecimento comporta o risco do
erro e da
ilusão. O maior erro seria subestimar o problema do erro; a maior ilusão seria subestimar o problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão é ainda mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem, em absoluto, como tais. E, isso deveria ser ensinado a todos os cidadãos. É necessário ensinar quais são as fontes de erro e de ilusão, que na realidade são fontes sociológicas, culturais e biológicas. É preciso criar uma sinergia entre as diversas fontes de aprendizagem para a sensibilização dos problemas mais importantes que encontram-se no cotidiano.
O segundo grande vazio é o do conhecimento pertinente: no mundo ocidental ou ocidentalizado, aprende-se que o modo predominante de conhecimento se fundamenta na separação de disciplinas, cujo método experimental toma o objeto, separa-o do meio natural e examina-o em um meio artificial. Separa também, o conhecimento do objeto do conhecimento.O verdadeiro problema é o seguinte: para separar o sujeito do objeto do conhecimento, as disciplinas/temas/matérias dos objetos, é preciso aprender a uni-los. O conhecimento deve ser integrado em seu contexto para ser verdadeiramente pertinente. É preciso situar tudo em seu contexto, em sua globalidade, porque afortunada ou desafortunadamente nos encontramos neste planeta onde tudo é interdependente. Necessita-se um conhecimento capaz de unir as parte ao todo e o todo as partes, porque não são somente as partes as que podem causar perturbações. Esse é o conhecimento pertinente, cujos princípios é necessário ensinar.
O terceiro vazio, é algo que surpreendentemente não se ensina em nenhuma parte de maneira fundamental: o significado de ser humano. E, o que é ser humano? A condição humana está desintegrada. Encontra-se algo de psicologia humana na Psicologia, algo de sociedade humana em Sociologia e algo de biologia humana na Biologia, porém todos esses conhecimentos se acham dispersos. Para ensinar a condição humana há que se mobilizar todas as ciências, compreender a cosmologia, já que se está em um pequeno planeta do universo. É preciso mobilizar as ciências da vida e da evolução, que ensinam como a humanidade tem saído da "animalidade". Necessita-se a contribuição das ciências humanas, pois a Psicologia nos indica o caminho enquanto indivíduos, a Sociologia como seres sociais. A história como pessoas com um destino integrado na história humana. A tudo isso, se deve integrar e agregar os aportes da Literatura, da Poesia enfim, das Artes, para que cada um descubra sua própria verdade. Todo desenvolvimento, verdadeiramente, humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana.
O quarto grande vazio está ligado ao precedente, trata-se da identidade terrena como cidadãos da Terra. A humanidade tem vivido o que chama-se hoje de globalização ou mundialização, que a interconecta e a une em um destino comum. Cidadãos da mesma pátria que é a Terra e possuem a mesma identidade humana, resultado de um processo evolutivo.Conhecer a identidade terrena é essencial para manter a paz no planeta. Deve-se inscrever, a consciência antropológica, que reconhece a unidade na diversidade; a consciência ecológica, isto é, a consciência de habitar, com todos os seres mortais, a mesma esfera viva (biosfera). Reconhecer nossa união consubstancial com a biosfera conduz ao abandono do sonho prometéico do domínio do universo para nutrir a aspiração de convivibilidade sobre a Terra; a consciência cívica terrena, ou seja, da responsabilidade e da solidariedade para com os filhos da Terra; a consciência espiritual da condição humana que decorre do exercício complexo do pensamento e que permite, ao mesmo tempo, criticar mutuamente, autocriticar e compreender mutuamente.
O quinto vazio é saber enfrentar as incertezas. As ciências ensinam muitas certezas, mas não ensinam que existem também inúmeros campos de incerteza. Não fala-se de uma incerteza absoluta, pois com o mundo da microfísica, percebeu-se que nas ciências utiliza-se determinações para obter certezas que permitem enfrentar incertezas. É necessário aprender estratégias para enfrentar as incertezas. Estratégias que permitam ser capacidades de encarar e modificar o inesperado à medida que encontra-se novas informações. Fazer frente às incertezas é ponto fundamental para o ensino. Tudo que comporta oportunidade comporta risco. O pensamento deve reconhecer as oportunidades de risco como os riscos das oportunidades. O surgimento de uma criação não pode ser conhecido por antecipação, senão não haveria criação. A história não constitui, portanto, uma evolução linear. Conhece turbulências, bifurcações, desvios, fases imóveis, êxtases, períodos de latência seguidos de virulências. À visão do universo obediente a uma ordem impecável, é preciso conhecer a visão na qual esse universo é o jogo e o risco da
dialógica (relação ao mesmo tempo antagônica, concorrente e complementar) entre a ordem a desordem e a organização.
O sexto vazio é a compreensão: quando deseja-se a paz na Terra segundo a expressão "paz na Terra aos homens de boa vontade", dá-se conta que, no fundo a boa vontade não é suficiente enquanto não se tenha a vontade e a capacidade de compreender os semelhantes. É necessário estabelecer um diálogo entre as culturas. Há duas formas de compreensão a compreensão intelectual e a compreensão humana intersubjetiva. Compreender significa intelectualmente apreender em conjunto comprehendere, abraçar junto - o texto e seu contexto, as partes e o todo, o múltiplo e o uno-. A compreensão intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação, enquanto a compreensão humana intersubjetiva inclui necessariamente, um processo de empatia, de identificação e de projeção. Sempre intersubjetiva, a compreensão pede abertura, simpatia e generosidade.
O último vazio é o que se chamaria de a ética, a antropo-ética, ou a ética do gênero humano, entendido como a esperança na completude da humanidade, como consciência e cidadania.
Processo:
educação em desenvolvimento
Aprendizado e crescimento:
desenvolvimento humano
Palavras-chave:
movimento em educação,
estratégia em adaptação,
disponibilidade
Resultados:
lei de acesso à informação pública,
professores em visão do conhecimento
PEREIRA, Yára Christina Cesário. Problemática ambiental:
novos cenários educacionais - A compreensão do
ser em sua inteireza e o
conhecimento da integração. Disponível em <
http://web.archive.org/web/20100815022249/http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev21/yara.htm >. Acesso em 15 jan. 2013.
Sala de aula:
As interações pessoais e as tecnologias no intercâmbio dos saberes, III Encontro de Formação Docente Continuada, Pró-Reitoria de Graduação, Direção Geral de Ensino, ULBRA, Campus Canoas, RS, 27 e 28 de julho de 2010.
SOUZA, Ana Paula; PEREIRA, Yára Christina Cesário. A sustentabilidade como cenário para o conhecimento da integração. Área Temática: Práticas e Estágios nas Licenciaturas, UNIVALI. Disponível em <
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2744_1230.pdf >.
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=educa%C3%A7%C3%A3o+%22desenvolvimento+humano%22+%22desenvolvimento+local%22+estrat%C3%A9gia+adapta%C3%A7%C3%A3o+acesso+%22%C3%A0+informa%C3%A7%C3%A3o%22&btnG=Pesquisar
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GregorioIvanoff - 02 Jul 2010
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