Um processo de desenvolvimento aparentemente caótico
Reis, Christian, and Renata Pontin de Mattos Fortes. "Caracterização de um modelo de processo para projetos de software livre." São Carlos, SP (2001): 26. Disponível em <
https://www.researchgate.net/profile/Renata_Fortes/publication/35225451_Caracterizacao_de_um_processo_de_software_para_projetos_de_software_livre/links/00b7d53c3b538389c0000000.pdf >. Acesso em 3 abr. 2017.
Apesar de apresentarem alta confiabilidade, evolução rápida, e uma comunidade produtiva [11,12,13], os projetos de software livre apresentam um processo de desenvolvimento aparentemente caótico, com algumas características particulares: total descentralização, política liberal em relação a alterações, e discussão aberta sobre todo assunto técnico pertinente ao projeto [14]. Os projetos sobrevivem utilizando um mínimo de infraestrutura provida pela Internet, sendo o email a ferramenta mais utilizada [15].
Em 1998, Raymond publicou um conjunto de artigos que descrevem informalmente algumas características do processo de desenvolvimento que muitos projetos seguem [14,16], as mais importantes sendo: releases1.1 freqüentes, propriedade de código compartilhada, e revisão e verificação de código maciça. Nestes artigos, Raymond utiliza o termo "Bazar" para descrever a forma de organização dos projetos.
Os artigos de Raymond geraram uma série de críticas e respostas, e ele é considerado um pioneiro por ser o primeiro a documentar, ainda que informalmente, um processo para este tipo de software. Apesar da recepção pela comunidade de Engenharia de Software aos conceitos apresentados em [14] não ser totalmente positiva [17,18,19], a indústria tem reconhecido o potencial do software livre e apoiado substancialmente os principais projetos.
Nos últimos anos, IBM, Apple, Sun, Netscape/AOL e Microsoft têm reconhecido e investido em projetos de software livre [20,21,22,13]. Em 2001, será realizada o primeiro Workshop para Desenvolvimento Open Source como parte do International Conference of Software Engineering, em Toronto, Canadá, e é a primeira vez que a conferência tratará deste assunto em um fórum específico [23].
O interesse da indústria e da comunidade acadêmica não é sem motivo: em alguns segmentos importantes, projetos de software livre são líderes de mercado. O servidor Web mais utilizado atualmente é o Apache HTTPD, que é software livre [24]. Edwards atribui 80% do volume total de email Internet ao Sendmail, um software livre para transmissão de correio eletrônico [12]. O núcleo de sistema operacional Linux, associado a um conjunto enorme de componentes de software livre, tem mais de 10 milhões de instalações estimadas mundialmente[25].
A popularização do Linux, associada à criação de um conjunto de publicações e sites Web, gerou interesse por software livre em milhares de desenvolvedores ao redor do mundo. O Freshmeat.net, um site Web dedicado a projetos de software livre, atualmente arquiva uma lista de mais de 1.000 projetos em desenvolvimento [26]. Este conjunto de softwares representa um tema muito interessante para estudo, especialmente levando em conta a natureza aberta e transparente destes projetos.
O aparente paradoxo entre os aspectos positivos de software livre e sua estrutura pouco formal traz a tona uma questão fundamental: de que forma estes projetos se organizam, e como podem ter sucesso frente ao aparente caos em que existem?
Aprendizado e crescimento:
organização em mercados globais
Palavras-chave:
software livre,
programação extrema, comunidades, serendipidade
Keywords:
contingent response patterns,
change enactment,
software factory,
game theory
Metodologias ágeis para o desenvolvimento com software livre. Scrum. Disponível em <
http://i-scrum.ning.com/ >.
http://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=comunidade+%22software+livre%22+%22desenvolvimento+de+software%22+processo&lr=
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GregorioIvanoff - 01 Dec 2003