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Agora.AnaliseDeRedesSociaisr1.6 - 29 Jul 2022 - 03:06 - GregorioIvanoff

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A rede de cada um


Patton, Susannah. A rede de cada um. Identificar as conexões pessoais dos empregados pode ser uma providência valiosa dentro da estratégia de gestão do conhecimento da empresa. A análise da rede social (do inglês social network analysis, SNA) ajuda a reter pessoas, identificar líderes, aumentar a colaboração e a inovação, 01 de dezembro de 2005, Disponível em < https://cio.com.br/gestao/idgnoticia2005-12-011919701699/ >.


Parecia um típico evento de networking. Trezentos pesquisadores da Mars, norte-americana do ramo alimentício detentora de marcas como M&M’S, Snickers e Uncle Ben’s, se reuniram em um casarão de Las Vegas, em junho, usando crachás. Mas em vez de discutir as últimas novidades em nutrição, os cientistas se comportavam como vendedores vorazes. Seus crachás contendo chips RFID (identificação por radio-frequência) piscavam a cada vez que os “donos” esbarravam com alguém que ainda não conheciam. Quando isso acontecia, diagramas referentes às redes sociais que estavam sendo formadas apareciam em um telão no fundo da sala. Para encorajar o networking entre seus funcionários, a Mars prometeu prêmios àqueles que tivessem o maior número de contatos. Os cientistas – geralmente pessoas tímidas – se viram andando para lá e para cá, envolvidos em apertos de mão, tapinhas nas costas e trocando cartões.

Bem-vindo ao networking para “geeks”. Esse exercício foi o resultado de um ano de estudos sobre relacionamento na Mars. Os principais executivos estavam preocupados em aumentar a habilidade da empresa em inovar, o que não seria possível se os cientistas não tivessem networking suficiente com colegas de outras divisões.

Para descobrir quem estava trabalhando com o quê e de que maneira os cientistas tinham novas idéias, decidiram mapear os contatos profissionais dos grupos usando um processo chamado “social network analysis” (SNA). Em uma pesquisa online, foi pedido aos gerentes de pesquisa e desenvolvimento nomear 15 pessoas com as quais trabalhavam de forma mais próxima, assim como detalhes de sua rede de relacionamento profissional. Assim foi possível mapear o network e examinar dados sobre como os cientistas trabalham— ou não trabalham — juntos.

John Helferich, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento, disse que a Mars usou os resultados de SNA para identificar o tipo de relacionamento entre pesquisadores-chave, identificando aqueles que são mais requisitados (com muitas pessoas os consultando para assuntos diversos) e eliminando a necessidade de sobrecarregar profissionais sêniores para aprovar assuntos de menor importância. "Esse tipo de providência acelera a inovação", diz Helferich.

Companhias frustradas após esforços tradicionais de gestão do conhecimento, como é o caso da própria Mars, começam a buscar maneiras de descobrir como o conhecimento flui em suas organizações. Olhar apenas para o organograma da empresa raramente ajuda a saber a real história sobre quem tem a verdadeira influência na empresa, quem oferece os melhores conselhos e como os empregados compartilham informações criticas para o sucesso. Pela SNA, defendem especialistas, haveria um quadro mais claro sobre como os funcionários trabalham em conjunto e quem são seus profissionais-chave.

Apesar das promessas, SNA não seria uma substituição às ferramentas tradicionais de gestão do conhecimento, como bancos de dados de conhecimento ou portais. Mas pode oferecer um ponto de partida sobre como proceder da melhor forma com essas iniciativas, identificando líderes e criando mecanismos — como "comunidades de prática" — para que os líderes transmitam seu conhecimento aos colegas.

A SNA surgiu como uma teoria social desenvolvida por cientistas na década de 30. Um desses pesquisadores, o psiquiatra nova-iorquino Jacob Moreno, é frequentemente citado como o inventor do "sociograma", um diagrama que consiste em pontos e linhas destinadas a ilustrar relacionamentos e demais interações sociais entre as pessoas. Muitos matemáticos, por exemplo, se basearam nessas idéias durante décadas, investigando maneiras como as pessoas conseguiam empregos, se tornavam líderes ou desenvolviam amizades. Então, mapeavam o fluxo da informação através de redes de relacionamento. Desde o início, a SNA atrai filósofos, sociólogos e estatísticos em busca de análises dos relacionamentos humanos de uma perspectiva matemática e visual.

De acordo com Valdis Krebs, guru SNA que trabalhou na IBM e criou sua própria empresa de software SNA, chamada Orgnet.com, este conceito pode ser definido como "o mapeamento e medição de relacionamentos e fluxos de informações entre pessoas, grupos, organizações, computadores ou demais entidades de processamento do conhecimento."

Nos últimos anos, com a ajuda de Krebs e outros entusiastas da SNA, o mundo corporativo passou a utilizar o conceito. A demanda veio principalmente da decepção com alguns projetos de gestão do conhecimento, para os quais foram construídos amplos e custosos bancos de dados de conhecimento que, no dia-a-dia, foram desprezados pelos funcionários.

Muitos defendem que a ascensão dos blogs, sites de suporte online e de networking social — como o Friendster e o LinkedIn — também ajudam o mapeamento SNA. "Grande parte da comunicação hoje acontece eletronicamente, tornando mais fácil registrar quem fala com quem", diz Stanley Wasserman, professor de sociologia, psicologia e estatística da universidade da Indiana e cientista-chefe da Visible Path, companhia de software voltada para a análise de redes sociais. "É algo natural examinar essas redes, fazer com que tenham sentido."

Empresas interessadas em experimentar SNA podem usar softwares específicos para esse fim, que é dividido em duas categorias: programas que rastreiam e-mails e outros tipos de comunicação eletrônica, e programas que coletam dados via pesquisas junto aos funcionários. Tais pesquisas geralmente pedem aos empregados para identificar seus principais contatos dentro e fora da organização, assim como detalhes sobre quem provê bons conselhos e com que frequência se comunicam.

Obviamente, essas empresas estão sujeitas às resistências de empregados que não querem que suas redes sejam mapeadas, mas, como a Mars faz, essa resistência pode ser diminuída com a promessa de confidencialidade quanto aos dados informados.

Como SNA é uma prática muito nova nas empresas, descobrir seu retorno sobre o investimento (ROI) é um desafio. Para Vic Gulas, chefe de pessoal e conhecimento da consultoria ambiental MWH Global, a maior dificuldade é traçar uma linha entre a performance da companhia à SNA. Mas, diante da perda hoje invisível que a transferência mal-feita do conhecimento traz para as empresas, testar essa possibilidade não parece má idéia.


Processo: resultados em ação


Aprendizado e crescimento: ação em análise


Palavras-chave: redes sociais de pesquisa, análise de rede social, conhecimento em pontos, projetos em afinidade, estilo de vida, redes sociais, mídias sociais


Keywords: social network analysis, social networking games, semantic knowledge, bibliometric analysis


Borgatti, S.P., Everett, M.G. and Freeman, L.C. 2002. Ucinet for Windows: Software for Social Network Analysis. Harvard, MA: Analytic Technologies. Available from < https://sites.google.com/site/ucinetsoftware/home >. acess on 25 May 2015.

-- GregorioIvanoff - 21 Jul 2018
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